O ingrediente tóxico do álcool é a molécula de etanol. Sua absorção começa já na mucosa da boca e, ao atingir o intestino delgado, ela será absorvida e vai para a corrente sanguínea. O intervalo de tempo necessário para o etanol entrar na circulação é de 15 a 60 minutos. Após esse intervalo, atingirá os órgãos mais vascularizados como o cérebro, o fígado, o coração e os rins. O que vamos salientar neste artigo são os efeitos do álcool na função renal do ser humano.
Os rins são os órgãos que regulam a quantidade e a estrutura de líquidos e eletrólitos do nosso corpo e também produzem hormônios que regulam a pressão arterial e a produção de glóbulos vermelhos. Eles eliminam as escórias do nosso corpo, ajudam a limpar os resíduos das células e fornecem condições estáveis para o funcionamento delas.
A concentração de íons de hidrogênio, ou equilíbrio ácido-base, é vital para as reações metabólicas. Se esse equilíbrio for interrompido pelo álcool, pode causar níveis baixos de fosfatos, induzindo à hiperventilação e baixa acidez.
Os eletrólitos sódio, fósforo, magnésio e potássio são afetados pelo consumo de álcool, o que leva a uma disfunção celular. As células (principalmente os neurônios em nosso cérebro) são dependentes de níveis estáveis de eletrólitos. Quando esses níveis são interrompidos, o cérebro tem dificuldade de regular os processos corporais, e as modificações do comportamento ocorrem.
A pressão sanguínea pode aumentar a um nível não saudável com o consumo de álcool, e o aumento da pressão arterial pode causar uma doença renal crônica denominada nefropatia hipertensiva. Além do aumento da pressão, o álcool tem uma grande quantidade de calorias, que pode levar a um ganho de peso, um fator que contribui para elevação da pressão arterial.
O consumo de álcool pode aumentar a diurese em indivíduos normais por causa da hiperglicemia causada pelo uso do álcool como fonte de energia e, portanto, do aumento da glicose não usada na corrente sanguínea. Com o aumento da ingestão de álcool, existirá uma queda da quantidade de glicose, devida à perda da capacidade do fígado de produzir esta substância pois, após a entrada do álcool no tecido hepático, este não mais produzirá glicose até que ele seja eliminado do organismo. Em pacientes diabéticos, pode provocar níveis baixos de glicose, o que caracterizará um quadro de hipoglicemia. Nestes pacientes, a grande quantidade de calorias do álcool pode ser um problema para controlar os níveis de glicose, mesmo com dieta e exercícios.
Estudos recentes mostraram um aumento de cálculos renais em mulheres, o qual está associado ao tabagismo e à ingestão de álcool pelas pessoas do sexo feminino, o que não ocorria nas décadas anteriores.
A ingestão de quantidades moderadas de vinho (uma taça ao dia) pelos habitantes da região do mediterrâneo mostrou uma longevidade maior desta população, quando comparada a de outros povos. Portanto, o consumo excessivo de álcool deve ser evitado e deve-se sempre beber com moderação.
Fonte: Site Inefro